Impressão 3D

As clínicas de radiologia ou de diagnóstico por imagem tem visto a expansão de um aliado de peso, que pode auxiliar tanto o diagnóstico quanto o planejamento de diversos casos pelos profissionais da área da saúde. As tomografias, ressonâncias magnéticas, exames radiográficos, de ultrassons, entre outros exames de imagem são um dos principais meios de suporte ao diagnóstico, auxiliando inclusive no acompanhamento de inúmeras doenças. Contudo, as reconstruções tridimensionais estavam disponíveis, até então, somente em arquivos digitais ou impressões em filmes radiográficos ou papel. Com o avanço das tecnologias uma nova funcionalidade ganhou espaço, principalmente nas áreas de cirurgia ortopédica e clínico-facial: a impressão 3D.

Agora os exames de imagem têm a possibilidade de sair da tela do computador. Através do uso de modelos impressos, médicos e dentistas podem visualizar a reprodução das estruturas anatômicas, que podem ter inclusive tamanho real. Para melhor compreender o impacto da impressão 3D para clínicas de radiologia, respondemos abaixo 4 perguntas sobre o assunto.

Afinal, o que é impressão 3D?

A impressão 3D envolve um conjunto de métodos utilizados para prototipagem e criação de objetos tridimensionais, que podem ser chamados de modelo ou protótipo, a partir de arquivos digitais. Entre as variadas formas de impressão 3D, uma das mais populares utiliza a técnica de processamento aditivo. Nessa técnica, os objetos tridimensionais são criados camada por camada a partir de deposições sucessivas de um polímero para uso em diferentes áreas, podendo envolver ensino, pesquisa, cirurgia, diagnóstico e outras.

Como funciona a impressão tridimensional para clínicas de radiologia?

Primeiramente, o processo começa com o desenvolvimento do arquivo digital do que se almeja prototipar. O arquivo pode ser obtido através de escaneamento das superfícies bucais (método direto) ou dos modelos de gesso (método indireto), por exemplo, ou mesmo pela aquisição de imagens seccionais em equipamentos de diagnóstico, como ressonância magnética, tomografia computadorizada ou ultrassonografia. O arquivo digital pode ser analisado e trabalhado em softwares específicos de acordo com cada caso, que são comumente chamados de CAD (computer aided design).

Usualmente, o escaneamento intraoral gera um arquivo no formato STL, e os exames de diagnóstico geram arquivos no formato DICOM (como a tomografia computadorizada). Os programas utilizados apresentam diversas ferramentas de criação, como o Blue Sky Plan, que permite trabalhar com arquivos tanto no formato STL quanto DICOM. Depois da criação do arquivo digital tridimensional, deve-se utilizar um software de modelagem específico, que pode variar dependendo do equipamento de impressão 3D utilizado. Usualmente, esse software irá dividir o arquivo digital 3D do protótipo em diversas camadas horizontais para preparar o arquivo para impressão.

Após esse processo, o arquivo digital pode então ser carregado para impressão em uma impressora 3D de preferência.

Quais as vantagens de utilizar a impressão 3D em clínicas de radiologia?

Os modelos impressos podem ter uma grande aplicação especialmente nas áreas ortopédica e clínico-facial. Os profissionais podem ver uma reprodução idêntica, com excelente fidelidade de cópia e até mesmo em tamanho real. Em alguns casos, o modelo em mãos facilita no planejamento e o que é preciso fazer durante uma cirurgia. O médico ou o cirurgião-dentista consegue visualizar os defeitos ósseos, por exemplo, e programar de maneira muito mais precisa a cirurgia e a quantidade de material necessário.

Por meio desse recurso, é possível ter uma noção sensorial maior de profundidade e tamanho, melhorando a visão das relações anatômicas de ossos e demais estruturas.

Além disso, a impressão 3D de exames de imagem permite realizar uma análise mais realista e de maior acurácia através dos modelos impressos. No futuro deve-se utilizar a tecnologia de impressão 3D também para confecção de modelos de órteses e próteses individualizadas para anatomia e necessidade de cada paciente, que já mostrou resultados promissores em alguns estudos.

No Brasil, como as clínicas de radiologia podem utilizar a tecnologia de impressão 3D?

Em vários países a impressão 3D já é uma realidade na rotina clínica. A prototipagem apresentou um grande impacto na precisão e na segurança dos procedimentos cirúrgicos, e há uma tendência de rápido crescimento das possibilidades de aplicação dessa tecnologia na área da saúde, inclusive no Brasil. Além disso, a possibilidade de criação de próteses e órteses impressas tem criado uma grande expectativa para os implantes impressos em cirurgia, como para o tratamento de deformidades e fraturas ósseas.

Enquanto as pesquisas avançam, no Brasil ainda não se pode implantar modelos impressos diretamente no paciente, mas já é possível usar a tecnologia para criação de protótipos e biomodelos para planejamento cirúrgico, como em cirurgias bucomaxilofaciais. A perspectiva é de que haja um salto nas pesquisas para que no futuro tecidos e até órgãos possam ser impressos. Atualmente, algumas clínicas de diagnóstico por imagem no país já apresentam a possibilidade de prototipagem por meio de impressão 3D. Consulte as clínicas da sua região para verificar a disponibilidade e quais formas de prototipagem estão disponíveis.

Impressão 3D (4)

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